Desde a primeira vez que tive contato com as series em desenhos animados, acreditei que muitas delas tem muito a nos dizer. Sempre procuro garimpar nestes desenhos o que há de educativo e o que posso aprender com eles. Dentre todas series que gosto, uma me chama atenção, sempre que assisto: Os simpsons. E hoje decidi escrever sobre o que penso a respeito de Homer Simpson Homer Simpson, o pai.
Acredito que Homer Simpson está anos luz distante do que seria um ideal de pai. Primeiro, alguns referem-se a ele como chefe de família, mas é evidente que esta é sua função na família. Diríamos então que Homer é tão somente provedor. Isto é um fato. Ele não educa, bate no filho (Bart), não é exemplo para a filha, confessa que os filhos não foram bons para ele, entre outras perolas que ouvimos e vemos de Homer.
Há aproximadamente cinquenta ou sessenta anos atrás, existia um certo modelo a ser seguido. O pai era o provedor, imparcial, autoritário, e na maioria das vezes possuía um humor amargo. Porem, com o advento do feminismo e o constante aumento da demanda industrial, consumismo, fez-se necessário que o homem/pai, pudesse adequar-se a outra realidade, que pudesse rever o seu lugar na família. Quem também compartilha dessa ideia é o psicanalista Contardo Calligaris, além de outros pensadores contemporâneos.
Homer Simpson também não representa, para mim, o que há de mudança nesse novo laço social. Muitos o colocam como representante desse “novo homem”, porém, não acredito que seja ele o personagem ideal para representar tal figura. A figura de um “novo homem”, ou “novo pai”, vejo como a representação de um sujeito participativo, afetuoso, que também é provedor e que não perde sua liderança diante das dificuldades inerentes a criação dos filhos. Isto aliás, é algo que não esperamos de Homer. O que vemos é que todos os conflitos da família Simpson está a cargo de Marge, a esposa. Homer sempre está se esquivando e, na maioria das vezes, apontando à Marge os delitos dos filhos. E ainda, mostrando-se inseguro diante das dificuldades, sempre recorre ao bar do Moe, para afogar a s mágoas em alguns copos de cerveja. Aliás, ele sempre confessa e atribui a si mesmo a identidade de bêbado.
Marge sabe das limitações de Homer e sempre está se queixando do esposo. Homer, apesar de ser uma caricatura da vida masculina contemporânea, está muito distante de exemplo para pais ou mães de família, uma vez que transfere toda e qualquer responsabilidade de educação unicamente para a esposa. O homem contemporâneo, é justamente aquele que está disposto a exercer sua masculinidade, sem abrir mão das relações afetuosas com os filhos e ao mesmo tempo, colocar-se junto a mãe, enquanto lideres diante da imposição de limites aos filhos. Deve haver um equilíbrio entre o afeto e o autoritarismo, isto é o que vai definir o pai contemporâneo daquele unicamente autoritário de cinquenta anos atrás.

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