Blog criado a partir da experiência paternal. Nele estarão contidas histórias, depoimentos e relatos do dia-a-dia de um pai de primeira viagem.
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
Homer Simpson e a paternidade
Acredito que Homer Simpson está anos luz distante do que seria um ideal de pai. Primeiro, alguns referem-se a ele como chefe de família, mas é evidente que esta é sua função na família. Diríamos então que Homer é tão somente provedor. Isto é um fato. Ele não educa, bate no filho (Bart), não é exemplo para a filha, confessa que os filhos não foram bons para ele, entre outras perolas que ouvimos e vemos de Homer.
Há aproximadamente cinquenta ou sessenta anos atrás, existia um certo modelo a ser seguido. O pai era o provedor, imparcial, autoritário, e na maioria das vezes possuía um humor amargo. Porem, com o advento do feminismo e o constante aumento da demanda industrial, consumismo, fez-se necessário que o homem/pai, pudesse adequar-se a outra realidade, que pudesse rever o seu lugar na família. Quem também compartilha dessa ideia é o psicanalista Contardo Calligaris, além de outros pensadores contemporâneos.
Homer Simpson também não representa, para mim, o que há de mudança nesse novo laço social. Muitos o colocam como representante desse “novo homem”, porém, não acredito que seja ele o personagem ideal para representar tal figura. A figura de um “novo homem”, ou “novo pai”, vejo como a representação de um sujeito participativo, afetuoso, que também é provedor e que não perde sua liderança diante das dificuldades inerentes a criação dos filhos. Isto aliás, é algo que não esperamos de Homer. O que vemos é que todos os conflitos da família Simpson está a cargo de Marge, a esposa. Homer sempre está se esquivando e, na maioria das vezes, apontando à Marge os delitos dos filhos. E ainda, mostrando-se inseguro diante das dificuldades, sempre recorre ao bar do Moe, para afogar a s mágoas em alguns copos de cerveja. Aliás, ele sempre confessa e atribui a si mesmo a identidade de bêbado.
Marge sabe das limitações de Homer e sempre está se queixando do esposo. Homer, apesar de ser uma caricatura da vida masculina contemporânea, está muito distante de exemplo para pais ou mães de família, uma vez que transfere toda e qualquer responsabilidade de educação unicamente para a esposa. O homem contemporâneo, é justamente aquele que está disposto a exercer sua masculinidade, sem abrir mão das relações afetuosas com os filhos e ao mesmo tempo, colocar-se junto a mãe, enquanto lideres diante da imposição de limites aos filhos. Deve haver um equilíbrio entre o afeto e o autoritarismo, isto é o que vai definir o pai contemporâneo daquele unicamente autoritário de cinquenta anos atrás.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Quando ter um filho?
Algumas pessoas deixam com que as expectativas ultrapassem a experiência. Neste momento tornam-se reféns delas mesmas. Que momentos são esses? Uma possível resposta: A hora da decisão em ter ou não um filho.
Algumas pessoas estão sempre esperando uma boa hora, um momento oportuno, uma estabilidade financeira, enfim, um outro dia. Outras estão arriscando-se, com a faca nos dentes, corajosamente, lançando-se à experiência, mas cônscios do encargo. Há ainda uma terceira classe de pessoas que estão, imprudentemente, lançando-se ao devir, pois ignoram qualquer senso de responsabilidade. O que estas três classes de pessoas tem em comum? O filho que virá como resultado, ainda que seja tardio para alguns e precoce para outros? Ainda não saberemos. Ao meu ver, o que todos tem em comum é a coragem para planejar ou para assumir um filho oriundo de relacionamentos precoces ou maduros. Esta coragem impulsiona um outro resultado que tem sido positivo para alguns pais, mesmo pais separados. O afeto entre pais e filhos. Este, deverá sempre existir, independentemente de planejamento ou não. Mas, mesmo que digam que não houve planejamento, há que se considerar uma enorme parcela de responsabilidade. Afinal não há como não considerar um risco que está se assumindo, uma vez que já se conhece o resultado.
Apesar de estarmos sempre aptos a pensarmos em um típico modelo de família, existem os que optam por ter um filho sem que haja a necessidade de estarem juntos. E mesmo que não constituam família, alguns casais que unem-se em prol do nascimento de um filho, vivenciam uma experiência afetuosa, que não os responsabiliza por estarem separados. Isto seria praticamente inimaginável há décadas atrás.
Quanto ao modelo de família que ainda está colado ao pensamento da maioria das pessoas, cada vez mais, vivenciamos uma predominante queda de um sistema nuclear que parece não dar conta dos problemas na sociedade atual. Alguns dos valores que considerávamos úteis a algumas décadas foram por água abaixo. E hoje podemos ver uma modificação generalizada. Um bom exemplo disso são as famílias homoafetivas que estão crescendo cada vez mais. Um outro exemplo é uma maior tolerância à algumas substancias psicoafetivas, como fizeram alguns países longe de nós, ou até mesmo vizinhos, caso do Uruguai. Muita gente se pergunta o que fazer para “proteger” seus filhos das drogas, o que, muitas vezes interfere na opção de ter um filho, dependendo do contexto em que estejam vivendo.
Diriam alguns que estamos vivendo “num mundo sem vergonha”, mas outros diriam que realmente, o mundo está mudado, no entanto o que importa agora seria nos adequarmos a ele. Concordo com esta segunda.
O que implica para nós pensarmos em uma sociedade mutante, horizontal, e que podemos optar por escolher ou não a paternidade ou maternidade? O ponto crucial é a responsabilidade. Esta sim é o que está movendo as escolhas e fazendo-se necessária diante de qualquer opção, inerente ou não à escolha de um filho.
Então, o que poderia ser colocado como resposta diante da pergunta central seria o nível de responsabilidade ou as implicações de cada um diante de suas escolhas. Logo escolher ou não um filho, seria a resultante do quanto cada um deseja estar com este. Sabendo que não cabe mais procriar, mas participar de seu progresso.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Parabéns pra você
Há exatamente um ano nascia Miguel. E hoje, após trezentos e sessenta e cinco dias, incontáveis unidades de fraudas, inumeráveis latas de leite, dois dentinhos quebrados, uma queda do berço, um coraçãozinho que abriga todo o meu carinho, lá está ele.
Convenhamos, as horas que antecederam o nascimento não foram das melhores, foram intensas e surpreendentes, mas ao final tudo se atenuou, inclusive o meu nervosismo e ansiedade. Em contraste, as primeiras horas, depois do parto, foram de plena felicidade, alivio e, claro, expectativa. Hoje, quando olho para traz, vejo que toda a tensão inicial, todas as nuances maternas e paternas, tudo o que foi vivido, foi apenas uma mostra da vida para sabermos o quanto é importante a presença de um filho.
Mas, os momentos iniciais esvaíram-se e Miguel não para de surpreender. As vezes, tenho a impressão de que fui ali em qualquer lugar e quando voltei, puft! Alguém deu uma formula mágica à ele. Definitivamente, não vejo como ele cresce. Não quero acreditar que ja se passaram um ano. Como pode? Alias, os efeitos hipnóticos de Miguel não deixaram eu perceber que um ano foi embora, que vários dos meus problemas mergulharam na poeira das pegadas de Miguel e desapareceram.
Há exatamente um ano, nos fora concedido um das maiores alegrias que uma pessoa pode receber: a dádiva de um filho. Sim, um presente. Presente que se faz presença, que se revela nos olhares e sorrisos mais sinceros que jamais pensei que pudessem existir.
Quando recentemente, uma amiga perguntou qual palavra eu usaria para expressar meu sentimento de paternidade, respondi: não há palavra, e se houver desconheço. Um turbilhão sensitivo me anuncia que não há descrição, que sentimento não revela-se em letras, assim vejo a vida paterna.
E hoje escrevo à exaltação do seu aniversario. O dia é seu, meu filho, mas a gratidão é nossa. De parabéns estamos nós por tê-lo ao nosso lado, por nos fazer ver que, com o seu sorriso, a vida é mais doce. Parabéns Miguel! Feliz aniversário.
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Ah, Miguel e seus dentinhos!
Após alguns dias, veio a primeira preocupação, pois é. Junto com os dentes aparecem também, na esmagadora maioria das vezes, algum desconforto no bebê. Já ouvi falar de casos em que a criança teve diarréia, febre, entre outros incômodos visíveis e invisíveis. No caso de Miguel o desconforto causado pela chegada dos dentinhos foram: tosse, algum cansaço aparente e vários e vários desconfortos, como se a tosse e o catarro não bastassem.
E assim, todas as vezes que aparece algum dentinho, já sabemos que não vai ser fácil. isto porque eu ainda não citei o stresse do próprio Miguel, que parece nos querer dizer: olhem-me, consigam um mordedor. Aliás, o mordedor, ferramenta essencialmente criativa, torna-se a salvação para diversos pais e crianças. Nesses momentos de “novos dentes”, de oralidade, é importantíssimo que exista um mordedor, de preferência os que não sejam lisos. É importantíssimo que exista um atrito entre a boca da criança e o mordedor, por isso eles não gostam dos lisos ou que não possam causar-lhes nenhum atrito. As vezes até descobrir isso leva tempo e tempo é mercadoria rara em tratando-se da criação dos pequenos.
Após nascidos alguns dentinhos, é hora dos primeiros cuidados em relação a saúde bucal. Isto mesmo! Já podemos tratar, cuidar dos dentinhos nos babys. Inicialmente, depois dos dentinhos brotados já podemos acostumá-los com as escovas, preferencialmente bem macias. Alem deles se acostumarem com a idéia de escovação, os pais já podem observarem e realizar diariamente a limpeza dentária.
Observamos em Miguel algo incomum. Os dentinhos estavam ficando desgastados. Parecia que estava “lixando” os dentes. Quando atentamos para isto percebemos que cada vez que os dentes “coçavam”, ele mesmo atenuava, após morder freqüentemente as grades do berço. Inicialmente foi um susto enorme, mas como cada episódio nos serve de aprendizado, este não pode ser diferente. Mais atenção e cuidado! Essencialmente isto, caso contrario ele continuará mordendo e mordendo o berço. E mesmo que não danifique os seus dentinhos de leite, uma hora a mobília vai estar toda despedaçada e você estará comprando móveis novos. Então, atenção sempre.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
O estádio do espelho
Segundo os psicanalistas, o que está acontecendo é a sua atuação, experiência ante o estádio do espelho. Lacan (1966), utiliza as seguintes palavras para designar o estádio do espelho:
(...) Uma identificação, no sentido pleno que a análise atribui a esse termo, ou seja, a transformação produzida no sujeito quando ele assume uma imagem – cuja predestinação para este efeito de fase é suficientemente indicada pelo uso, na teoria, do termo imago (LACAN, 1996, p. 97).
O Estádio do Espelho é um período que inicia-se por volta dos seis meses de idade, aproximadamente, encerrando aos dezoito meses, e caracteriza-se pela representação da unidade corporal pela criança e ainda com a sua identificação com a imagem do outro.(GARCIA-ROZA, 1999). Esta representação compreende toda a troca de experiências a partir da imagem de outra pessoa diante de seus gestos.
No caso de Miguel, as boas experiências que temos, compreende, desde as expectativas (nossas e dele) até a interação plena, sempre na tentativa de decifrar o que ocorre a partir da ótica do outro. Sim, estas experiências são dadas não somente entre a criança e um espelho (experiências concretas), mas a partir da ótica do outro, no nível do imaginário.
O espelho, nesse momento da vida, é um objeto Maximo. Através dele, a criança se apropria de uma imagem fragmentada de si e a transforma numa unidade. Isto representa então, a superação de uma dificuldade, a dificuldade de se ver enquanto esta mesma unidade. A partir da interação da criança com o espelho, pode se fazer um recorte dela mesma, ante a fragmentação até então vivenciada.
Quando em 1975, Winnicott em seu texto O papel do espelho da mãe e da família no desenvolvimento da criança, refere-se ao rosto da mãe como o prenunciador do espelho no desenvolvimento da criança. Quando a criança olha para o rosto da mãe, o que ela ver é a si própria. O rosto da mãe funciona como espelho e como lugar a partir do qual se iniciam as primeiras trocas significativas com o mundo. Obviamente, o que é posto como rosto da mãe, também pode ser colocado também como rosto do pai, da avó etc. Winnicott discorre sobre funções, lugares, que podem ser atribuídas as pessoas que convivem com a criança. O que importa é que aconteçam as trocas significativas a partir do retorno afetivo diante das necessidades da criança.
Ao observar o olhar da mãe/pai diante de si, a criança busca estabelecer a referencia que ela tem de si mesmo. Por isso mesmo, no entendimento lacaniano, essa imagem do corpo, se configura como a constituição de eu na criança, e depende, não apenas dela própria, mas exige a implicação do outro.
Dessa forma, o que busca-se ao explicar sobre o estádio do espelho é a tentativa de entendimento do corpo da criança, a partir de uma imagem fragmentada até chegar-se posteriormente ao que chamamos de estruturação do eu, isto é, o corpo unificado. A criança vai aos poucos libertando-se das imagens/fantasias do corpo despedaçado, chegando, por fim a uma imagem total, plena de si.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Dia das crianças.
Muitos brinquedos e farra com ele: Miguel.
Tudo começa com a felicidade revelada em seu sorriso após um carrinho colorido, depois a casa é que fica mais colorida com seu largo sorriso. Apesar de ser ele o presenteado, nos sentimos enaltecidos pela sua presença. A maior alegria, o maior presente é tê-lo por perto. Não podemos negar que ele sim, é o maior presente de todos.
Mas afinal, o por que do dia da criança? o por que do presente? como não costumo engolir nada "a seco", sem nenhuma fonte de pesquisa (nem que seja pela net), decidi investigar, desconfiando que existisse algum jogo de mercado por tras de tudo. E de repente!!! Desde o ano 1924, no Brasil, foi criado um decreto, que estipulava que o dia da criança fosse em 12 de outubro. Até então ninguem deu a minima, a não ser para preencher espaços de calendários. Porém, somente em 1960, depois de uma promoção da fabrica de brinquedos Estrela, em parceria com a johnson e johnson, que criaram uma promoção para aumentar as vendas, passou-se a comemorar.
Eu sabia! tinha que ter uma mãozinha capitalista - pensei. Mas não é apenas uma mãozinha. (rsrsrs). Afinal de contas, quando existirá uma data comemorativa que não contemple as intensões mercatoriais? Não sabemos, e enquanto isto, contemplemos nossos filhotes, independentemente de presentes. O que pode-se saber depois de muito tempo, é que reunir a familia e comemorar o que nem mesmo existe é válido, desde que o que se expresse seja o desejo de estarem juntos.
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
sábado, 16 de agosto de 2014
Filhos e agitos
Desde o seu nascimento temos observado muitas mudanças aparentes, mas nenhuma tem sido mais evidente do que a esperteza que Miguel apresenta. As risadas agora são maiores, porém sempre cativantes. Sua percepção está cada vez mais aguçada. Seus movimentos, naturalmente, muito mais rápidos. Neste exato momento corro atrás dele ao longo do alcance de meus braços, ele não para. Está a todo vapor. Esta sim, é realmente, sua maior e verdadeira mudança desde o nascimento. A isto chamo de esperteza, e que seja assim enquanto houver saúde. Não há nada melhor que ver nosso filho saudável e esbanjando energia.
O que para alguns pais é sinônimo de preocupação (A agitação), para mim, não há nada mais comum e inspirador do que uma criança em pleno movimento, sendo criança. O fato é que além de alguns anos, com o constante crescimento capitalista, muitos pais não dispondo de tempo para os filhos aderem sempre à celas de aula, ansiolíticos, padrões de comportamentos, escolhas que acabam por adultizar os pequenos. Sendo assim, aquilo que foge da normalidade, que tira o sossego, que os faz sair de suas zonas de conforto, sempre é um incomodo à nova ordem familiar. Não é estranho vermos sempre em consultórios psiquiátricos, psicológicos, pais a procura de "remédio" para a agitação dos filhos. Muitos já levam o diagnóstico do Dr. Google em mãos.
No entanto, o que me faz sentir melhor é o fato de que ainda vejo muitos pais procurando felicidade junto aos filhos. Vejo muitos pais deixando seus filhos serem crianças, correndo, no ânimo natural de suas idades. Isto sim, enaltece a presença de pais e filhos, de famílias que, independente do tempo para o trabalho, deixam sempre espaço para a agitação dos filhos, e sabem que esta agitação ainda vai fazer muita falta um dia.
Por isso, este sempre aparente movimento de Miguel, me leva ao extase também de minha agitação. Sempre saio de mim a cada nova e intensa viajem paterna.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
De volta ao blog
O real motivo desta escrita foi um sonho que tive nessa madrugada, motivado pela saudade de dois dias sem vê-lo. Esta talvez seja a menor postagem desde o inicio do Blog, mas talvez seja a mais intensa, digo isso após sentir o calor de uma lagrima percorrendo minha face ao lembrar da presença de minha esposa e filho, que estão de braços abertos a me esperar nesse exato momento.
terça-feira, 13 de maio de 2014
Nível de paternidade
Recentemente, ao estar numa cidade a mais de oitenta quilômetros de casa, percebi que ser pai é carregar o filho para além das possibilidades físicas. Estava eu, dormindo tranquilamente, quando de repente, Miguel chora, muito alto. Deus! O que terá acontecido, pensei. Quando levanto da cama e o procuro, puft! O menino desaparece, como num passe de mágica. Ufa, foi só um sonho pensei e voltei a dormir e, novamente, me vejo sonhando com ele. Que maravilha! saber que sempre que possível, ele estará comigo.
Enfim, isto valeu, em muito, para saber que um filho constitui em nós, uma marca indelével. Pois ainda que distante se fazem presentes, e quando presentes tornam-se eternizados e capacitados a prolongar qualquer tempo, ainda que todo tempo do mundo seja efêmero, diante da magia de um filho.
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Meu pequeno super-filho-herói
Assim narrou ao ver o super-filho:
Hoje, ao vê-lo usando a camisa do “super-man”, penso em como essa vestimenta lhe coube bem. Não por mera estética, mas por motivos que vão além de qualquer desejo meu.
Desde o seu nascimento, ele tem se mostrado um super. Uma criança que cativa a todos os que lhe conhecem. O menino que tem a minha admiração não apenas por ser meu filho, mas por toda sua luta diante de problemas que pareciam surgir do nada. Ele foi um vitorioso, superou toda uma aparelhagem, uma condição de prematuridade, inerente à sua repentina chegada, para nos dar alegria a cada dia. Este pensamento, talvez tenha pesado mais do que qualquer outro valor atribuído à uma simples camisa de Super-Homem, camisa que hoje, quando o vejo usando, penso em como parece ter sido feita de fato para a história dele. Acho que todos os pais acreditam que os filhos deveriam ser super-heróis, talvez numa tentativa de realização de seu próprio ego, diz a literatura. Mas no caso dele, existiu uma pré-condição de herói, tornando-o também um super-filho.
Gripe em crianças
Como era de se esperar, Miguel, ainda muito vulnerável, corre um risco ainda maior do que qualquer adulto imunizado contra as viroses. Foras alguns dias de espirro, tosse e algumas agonias respiratórias. No entanto, tudo não passou de meras ameaças. O que poderia vir a se tornar um resfriado ou coisa do tipo, foi combatido pelo proprio organismo do nosso Miguel (E algumas doses de vitamina C)e tudo não passou de um susto e preocupações.
Depois disto, a dica é certeira: Ao menor sinal de virose é sempre bom e muito conveniente algumas gotinhas de Acido ascórbico ou popularmente chamado de vitamina C. È bem certo que Miguel tenha um organismo um pouco mais reforçado devido ser acometido à uma gripe ainda com menos de um mês de vida, mas nunca é de mais estar precavido, pois não é somente os filhos que adoecem. Nesses momentos dores psicólogicas nos irradiam e não sabemos suportar o sofrimento dos pequenos, a não ser sofrendo juntos.
terça-feira, 29 de abril de 2014
Sobre canguru para bebês
Desde os tempos primórdios a humanidade sempre buscou copiar a natureza, dos pequenos aos grandes gestos. Da conduta animalesca à civilizatória sempre estivemos observando primeiramente os comportamentos inerentes aos animais, imitando-os.
A partir de uma dessas imitações, surgiu um objeto cujo valor esta para além de mero acessório: o canguru ou bolsa para carregar bebês. Este acessório facilitou a vida de muita gente. Desde a sua invenção, mães e pais puderam realizar tarefas que antes não podiam devido estarem com os braços ocupados. Mas, se cangurus só são encontrados predominantemente na Austrália, e se aqui mesmo no Brasil alguns indígenas utilizam estas sacolas para carregarem os filhos, possivelmente eles não estão copiando os cangurus, mas algum outro animal. Os gambás também carregam seus filhos numa bolsa externa. Quem há de chamar as bolsas de gambás? Enfim, ha de se considerar também, todos os outros seres que carregam seus filhotes por aí há milhares de anos, mas já que denominamos canguru ao ato de ir e vir com os filhos junto ao corpo, tudo bem.
Os cangurus são seres marsupiais, ou seja, as fêmeas da espécie possuem o marsúpio (aquela bolsa externa que as mamães canguru possuem). Nela os filhotes vivem até ficarem grandes e seguros o bastante para explorarem o hábitat. Como já disse antes, os gambás também são marsupiais.
Pois bem, compramos um canguru pra carregar Miguel e acho que esta tem sido uma das atividades mais empolgantes pra nós que o carregamos e pra ele também. É impressionante como ele consegue ficar ereto e fixar o olhar em tudo o que possa passar na rua. Uma verdadeira festa.
É maravilhoso também saber que ele está ali, em simbiose, fico pensando numa gravidez, em como é para a mãe sentir a todo o momento o filho consigo. Deve ser muito mais intenso do que uma mera bolsa marsupial para pais, ou canguru. Mas de toda forma fica a dica para quem deseja um entrelace maior com o filhote e ao mesmo tempo realizar tarefas diárias.
sábado, 26 de abril de 2014
Sobre vacinas e choro
Uma das coisas mais importantes que nunca podem ser esquecidas, é sem duvida, a visitação as unidades de saúde (ou ao pediatra) para acompanhamento da criança. Do pré-natal ao decorrer do crescimento. É preciso tomar todas as doses de vacinas necessárias. Não vale esquecer.
Surge um grande paradoxo desde o nascimento de Miguel: O dia da vacina. O dia em que era para ser o mais alegre por sabermos que o nosso menino está livre de alguns males, torna-se um dia triste, cinzento, nesse dia tudo fica turvo, Miguel chora por qualquer careta, seu corpinho é somente sensibilidade, a emoção está à flor da pele. Não podia ser diferente, foram três vacinas em apenas duas perninhas. Que malvada essa medicina, que paradoxo terrível. Ainda bem que é só em um dia, depois terá a vida toda para brincar e sorrir a vontade.
Durante muito tempo acreditei que as vacinas foram descobertas em laboratórios impecáveis, a partir de diversas observações sobre as células humanas, bem como o seu sistema imunológico. Mas, após ver Miguel chorando interminavelmente, suponho que elas devem ter sido inventadas por algum pai frustrado que não gostava de crianças. Só pode ser isto. Pode também ser que a dor seja uma moeda de troca: darei a felicidade, mas primeiro, sofrerás a dor. Esta ultima é a mais provável. A própria criação das vacinas, a partir de agentes patogênicos, já são uma grande controvérsia da natureza.
A origem do termo vacina deriva de vacca, no latim. Em alusão a descoberta da primeira vacina para combater o vírus da varíola, que nos bovinos era um pouco mais amena, um sub-tipo, a varíola bovina. Contam que Edward Jenner, o criador, inicialmente utilizou algum liquido que saia das feridas de vacas com varíola e utilizou em ferimentos humanos, após certo tempo percebeu que depois disso as pessoas ficaram imunes a doença. Estava então descoberta a primeira vacina. Antes dele, tem-se noticia de que algumas culturas orientais já dispunham de algum conhecimento sobrte imunização, porém tudo estava atrelado a questões religiosas. A propriedade de cura estava ainda vinculada a rituais e não havia garantia de sua funcionalidade, pelo menos não comprovada.
Não devemos esquecer delas. As vacinas são tão importantes quanto o amor que investimos diariamente aos nossos pequenos. Apesar do estresse e sofrimento parcial que elas causam, devem ser levadas a serio. Afinal é só um chorinho, uma carinha triste, mas depois passa (Agora eu to falando dos pais, rsrsrsrs.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Tarde de domingo
Os melhores momentos de nossas vidas costumam ser passageiros, pelo menos é o que dizem os veteranos da vida, os mais experientes. Por isso faço questão de aproveitar cada minuto ao lado de Miguel, e de preferência, junto com toda a família, ou quem estiver por perto, ou o mais perto disso possível. confesso, tenho medo de que não me dê conta do seu crescimento, não quero chegar a pensar que ele pulou um ou dois anos a mais no tempo. Aliás, esta é uma das possibilidades deste diário, ou mensário. No ultimo fim de semana, eu e Telma, minha esposa, estivemos passeando com Miguel por diversas cidades de Pernambuco (brincadeira, foi apenas uma tarde e pelas casas de alguns conhecidos). Durante o percurso, fizemos uma visita à casa de meus avós, bisavós de Miguel. Durante a estadia ouvimos diversas histórias sobre os mais diversos assuntos. Aos poucos eu até pensava na arvore genealógica que ia sendo desenhada a cada relato. Fulano que casou-se com sicrano, filho de beltrano, enfim, tenho até pensado na possibilidade da construção dessa arvore. Pode até ser uma necessidade (ou possibilidade) de mapeamento no território familiar, mas o mais importante é o conhecimento ampliado, para depois fazer a aproximação daquela máxima: de onde vim, para onde vou. A todo momento o que eu mais pensava era na possibilidade de Miguel poder ouvi-los. O simples fato de estar perto de sua história o faz ser um privilegiado. Meus avós são a nossa história, uma ramificação que irá se perpetuar para um longo bloco de tempo. É como se Miguel representasse algo além de nós, um guerreiro que herda a prestigio de fazer essa perpetuação genealógica. Bom, por enquanto ele ainda não é lá esse guerreiro, mas ja adianta o fato de estarmos juntos, quatro gerações até ele. Em vários momentos, o meu desejo era estar gravando tudo, documentando aquela tarde. Mas, um dia Miguel saberá de sua historia e de outras histórias que com certeza estarão presentes em sua vida. Sem duvida ficará muito feliz em ter conhecido os bisavós paternos e maternos e saberá que é amado por todos de sua família, desde o dia em que soubemos de sua concepção.
terça-feira, 8 de abril de 2014
Aniversário
Comemorei o meu aniversário (3 de Abril) com Miguel. Só nós dois, boa parte da noite. Umas cervejas pra mim, uma mamadeira pra ele. Algumas reflexões existenciais pra mim, um chorinho fino ao cair da chupeta pra ele. Um bom som (Isso é indispensável), começando com Legião e terminando com Gonzagão. Aliás, por mais que quisesse um outro som, algo próximo da galinha pintadinha ou qualquer outro musical infantil, decidi não aderi-lo, deixarei pra quando Miguel tiver um pouquinho maior e prometer não comer os legumes, caso eu não os coloquem. Por enquanto, deixaremos que ele siga os nossos gostos musicais (sem reclamar). Nesse aniversario (O primeiro com Miguel), pude perceber que há tempos existia um vazio em meu coração, mas eu não sabia que existia, pelo menos até a chegada dele. Acho que ser pai é isso. Acho que esta seja uma melhor definição de tudo que eu já tentei expor aqui. Ultimo dia vinte e oito, ele completou quatro meses e muita coisa tem mudado. Apesar de ser quatro meses, já foi possível ensaiar alguns comportamentos do que vai ser a nossa vida, nossa vida inteira. Foi um belo aniversario. A cada palavra ou conversa de uma só palavra com Miguel, uma nova mensagem de felicitação de alguns bons amigos, outros que há tempos não os vejo. Por falar em amigos, acredito que o aniversario seja um grande indicador de quem estar ao nosso redor. Passamos todo o dia à espera de cumprimentos e aí quando não acontece, decepção. E de repente a euforia interior se transforma numa enorme, porem momentânea, angustia. É muito estranho, mas acontece. Eu não espero ganhar presentes, isso é certo. Não depois de conhecer boa parte do funcionamento da maquina capitalista. Presentes, compras e mais compras que, dependendo da pessoa, vale muito mais do que qualquer outro tipo de consideração. Esta que vemos ser medida pelo preço do maldito presente. Então, eu até aceito, a qualquer data, mas não cobro, não peço, nem no meu aniversario. Prefiro um sincero abraço ou aperto de mão à um extremo fingimento de apreço com um objeto qualquer. Isto não pode ser um desabafo, que fique claro. (risos) Enfim, nada como uma data como essa para pensar, re-pensar e re-pensar mais um pouco sobre as nossas metas, objetivos, sonhos, mudanças e novas adaptações, ao lado das pessoas que amamos.
terça-feira, 1 de abril de 2014
Trocando as fraldas (uma dica importante)
De repente, você está com seu filho no colo e... Lá vem aquele cheirinho, junto com algum barulhinho um tanto estranho. Pronto, hora de trocar a frauda do guri. Você começa a trocá-lo, tira a roupinha, tira a frauda, e merdaaaaaaaaaaa,merda mesmo, esqueci de pegar a pomada, a outra frauda e os lenços umedecidos antes, como na ilustração ao lado. Caso isto aconteça, muitas vezes não há como fechar a frauda usada novamente, porque o "estrago" vai ser ainda maior. Agora imagine a agonia de ter que fazer isto, mesmo sabendo que é a unica alternativa. Enfim, uma dica valiosa é a seguinte: sempre, mas sempre, que você precisar trocar o seu bebê, faça isso após pegar todos os acessórios necessários antes. Lembrando que a criança não poderá ficar sozinha em nenhum momento, pois se isto acontecer,você vai correr o risco de ver sei filho, ou filha, brincando com a merdinhaaaa, (owww coisa mais linda do papai).
Ser pai é..
Muitas pessoas, as vezes perguntam sobre o que é ser pai. Eu diria que ser pai é a soma e a multiplicação de muitos sentimentos e formas de existir. Geralmente, quem pergunta o que é ser pai, espera de você uma resposta clara de como a nossa vida muda depois da paternidade. Muda mesmo, muda muito. Imagine sair de uma zona de conforto, onde você está habituado há decadas, na verdade duas décadas. Imagine que esta zona de conforto seja a melhor coisa do mundo, sem responsabilidades, sem nenhum compromisso com trabalhos, estudos ou qualquer outra necessidade financeira. Ser pai é isto, ralar, trabalhar, ignorar algumas horas a mais no trabalho, ter compromissos em exesso, ufa! Calma! Ser pai TAMBEM é isto, mas como tudo na vida, tambem tem o lado bom: OUVIR O SEU FILHO (AINDA QUE SEJA APENAS UM SOM MEIO ARRANHADO, SEM MUITO SENTIDO, DEPOIS DE UMA LONGA VIAGEM OU JORNADA DE TRABALHO,VER O SEU FILHO SORRIR APÓS UM GESTO ABRUPTO SEU, ACORDAR E SE DEPARAR COM ELE SORRINDO PRA VOCÊ É A MELHOR COISA DO MUNDO. Sair da zona de conforto foi a melhor coisa do mundo.
terça-feira, 25 de março de 2014
Os sons de Miguelito
Após três meses e alguns dias, os tão esperados sons advindos de Miguel começam a aparecer. Está tudo calmo e, de repente, "tuf, tuf,tuf", o som cadenciado da chupeta anuncia a pura sonoridade impaciente infantil. Ligeiramente retiro a e chamo pelo nome: - Miguel, Miguel. - Ahhhhhhhh, é somente alegria. Ele ainda não fala, obvio, mas nem é preciso, não agora. A sintonia é tanta que faço de conta que entendo tudo e o deixo à vontade para produzir estes sons, chamados aos pais que nesse momento são decifrados: - A chupeta caiu, ele quer dizer. Nunca imaginei que um som tão simples, dissonante, pudesse me chamar tanta atenção. Mas é assim que a vida paterna funciona. Em uma reportagem, recentemente exibida pela tevê Record, a apresentadora e modelo Ana Hickman disse, sobre o seu filho, que ser mãe é apreciar uma pessoa a ponto de nunca cansar de olhá-la, ser pai também. Acreditem, é bem isso. A gente não cansa nunca, por mais estressados que estejamos, nunca deixaremos de gostar de olhá-los. É hipnótico, é fantástico, cada som que sai de suas boquinhas, cada franzir de sobrancelhas, é sempre um convite à festa interior. Mas ainda que não façam nenhum som, o "tuf tuf" da chupeta acaba sempre sendo uma importante isca atrativa aos olhos paternos e maternos.
O inesquecível primeiro mês
O primeiro mês (Para pais de primeira viajem), geralmente é o mais difícil, certo? Errado. No que diz respeito ao nosso sono, ou a ausência dele, o primeiro mês não é tão complicado para o pai, (Se liguem, para o pai). Isto não quer dizer que pra mãe não seja da mesma forma. As mães e os bebes ficam alguns dias na maternidade até ir para casa e durante esse tempo, a mãe tem que ficar acordando e levantando, sozinha, durante muitas e muitas vezes, por varias e varias noites, e dias, para amamentá-lo, trocar a frauda etc., mas depois a volta é certa e partir daí entra em cena os cuidados paternos, que podem acontecer antes dessa volta pra casa, assim a mãe pode poupar algumas horas de sono e a paz reina absoluta na casa. Bom, quase que absoluta, nem tanto assim, afinal existem os momentos de choro, fraudas sujas e acreditem, eles não escolhem a hora para isto. O relógio paterno precisa ser, lógico, reinventado e não cronológico. A hora da mamadeira é qualquer hora, o choro é qualquer hora, o xixi, o cocô é qualquer hora, por isso faz necessário uma reprogramação, mas é só no primeiro mês, até tudo se reorganizar, depois, você fica alerta vinte e quatro horas, independente de sono pesado ou não, mas acalmem-se, tudo isso é só quando eles acordam. O resto do tempo dá pra dormir, trabalhar, estudar, cuidar da casa, o primeiro mês é o mais calmo, disso tenho certeza. Mesmo que deem muito trabalho, o tempo todo, é no primeiro mês que tudo revela-se para os pais (e mães). Tudo é alegria, novidades (Podemos ficar por muito e muito tempo esperando que os bebês chorem, só porque achamos o choro muito bonito, pode?), por isso, desde então, precisamos abandonar o senso do ridículo e nos entregarmos aos mais absolutos gestos ingênuos que brotam no silencio (ou barulho) da presença do nosso filho.
A chegada de Miguel
Após a criação deste blog, venho falar de algo que fez com que parte do meu tempo fosse direcionado à um outro horizonte: meu filho. Mas estava pensando, escrevendo sobre outras coisas e decidi escrever um pouco sobre Miguel e sua chegada. Sem dúvida alguma, um dos momentos mais felizes na vida de um homem, de uma mulher, de um pessoa, é a chegada de um filho. Dia vinte e oito de novembro de dois mil e treze, essa foi a data que nos aconteceu a tão esperada chegada de Miguel. Sete meses após a concepção, e agora? O que faríamos? Primeiramente, o sétimo mês é um período muito crítico, é o momento em que a barriga de fato aumenta, aumenta mesmo, os movimentos do bebe são cada vez mais intensos, dores de cabeça são constantes, o corpo cada vez mais mórbido, além da ansiedade pelo nascimento que está cada vez mais perto, bem mais perto. Sem contar que o bebê já faz parte do imaginário do casal, de toda a família. Estava previsto que o nascimento fosse apenas em janeiro, mas Miguel insistiu que seria sagitariano, de sete meses, não deu outra. Na noite do dia vinte e sete de novembro, Telma foi para a faculdade, passou a noite com um "pequena Cólica" (Inocentes, rsrsrs), quando chegou em casa, por volta de meia noite, a dor já a consumia por inteira. Ainda assim pensamos que seria algo normal, coisa de gravidez, ela então foi até a casa da mãe dela tomar algum chá, remédio, algo que cessasse a dor. Meia hora depois já estavam em direção ao hospital e depois já entrando em trabalho de parto. (Eu, em casa, achando que era apenas uma dorzinha, normal, coisa de gravidez). 4:00am, o telefone toca, minha sogra avisava: "MIGUEL NASCEU, É TÃO LINDO"(ela nem o tinha visto ainda). Não sabia se pulava, se gritava, se corria, se sorria, se chorava, só sabia que queria vê-lo o quanto antes. "não é possível, só são sete meses", eu pensava, mas a gravidez tem dessas surprises, então me conformei. Tivemos que nos habituar com a nova ideia as pressas e ao mesmo tempo contermos a alegria em prol do estado da saúde de Miguelito. Estava muito frágil por ser prematuro, mas reagia muito bem a todos os estímulos necessários. Todos vinham me parabenizar, me ligar, mandar mensagens e eu na correria de estar ao lado de Miguel e de Telma, ainda acostumando com a chegada de Miguel. Eu de alguma forma que não sei explicar (então deve ser psicológico, rsrsrs), também havia ficado grávido e aquele seria o momento do parto mental, de sete meses, imaginem a bagunça na mente. Um infinito turbilhão de sentimentos e responsabilidades antecipadas, estávamos todos, absolutamente todos, despreocupados até então e já havíamos feito planos e mais planos para o natal, réveillon, até chegar janeiro e a vinda de Miguel. As responsabilidades, estas sim, acompanham os sentimentos. Em um momento como este, onde o inesperado premedita o caos, temos que nos revelar fortes a qualquer custo, não importa o que aconteça, sempre seremos, enquanto pais, lembrados que outras pessoas precisam de nós e por maior que seja a "bagunça" na cabeça, temos que dar um jeito de organizar e se organizar. Sabendo sempre que temos uma vida pela frente para amar, valorizar, educar, apreciar e entre outras coisas, dar exemplos aos nossos filhos. Enfim, o mais importante é não se deixar levar apenas pela emoção do nascimento, mesmo que seja no momento inesperado, que te deixa sem saber o que fazer. Coisas de Gravidez (de sete meses).










